(Como devem perceber ao começar a ler, este texto foi escrito há uns mesinhos. Só o vou pôr agora porque, tal como já foi referido num post anterior, só voltei a pôr coisas no blog há pouco tempo. Eu sei que podia simplesmente não o publicar, mas reli-o e, modéstia à parte, está estranhamente bom e dentro de pouco tempo irei abordar este mesmo assunto num outro post, portanto achei por bem publicar.)
(P.S. do parenteses: E o blog é meu logo faço o que eu quiser!)
O atual
“assunto da moda” é o Charlie Hebdo, um jornal francês que, ao que parece, é
muito afoito nas caricaturas que faz à sociedade e que foi vítima de um ataque
terrorista. E agora vem a parte das opiniões. Neste caso dividem-se em dois
grandes campos: os que acham que toda a gente tem direito à liberdade de
expressão e que este atentado não tinha qualquer tipo de razão de ser e os que
também acham que este atentado não deveria ter acontecido mas que defendem que
os caricaturistas se puseram a jeito. “Então e tu estás de que lado?” Não
pergunta ninguém porque ninguém vai ler esta merda. Mas eu respondo na mesma.
Sinceramente não estou de lado nenhum. As opiniões dependem da educação e
maneira de ser de cada um. Se for uma pessoa que teve uma educação aberta (não
apenas em termos de ideologias mas sim em todos os aspetos quotidianos)
certamente irá apoiar que os caricaturistas têm direito a dizerem e desenharem
o que quiserem. Se forem educados por alguém mais “retrógrado”, naturalmente a
sua opinião será do “puseram-se a jeito”. Se a pessoa tiver um gosto natural
pela comédia e pelo “fazer pouco” dos outros, acho que nem preciso dizer a
opinião. Mas se, por outro lado, for uma pessoa religiosa que não aceita piadas
dirigidas à sua crença obviamente vai estar contra o Jornal (embora nunca a
favor dos terroristas).
E agora é
que vem mesmo a minha opinião: eu não faria o que os caricaturistas em causa
fizeram (não por uma questão de medo, como já foi defendido que deviam ter
feito, mas por uma questão de respeito). Embora eu goste de gozar com tudo o
que mexe, penso que não o faria a um nível tão “público”. Mas também não os
censuro.
Eles foram
extremos nas caricaturas que fizeram, mas, se um gajo na rua me chamar filho da
puta e eu lhe der um murro no focinho, provavelmente vou parar a tribunal e
isso já ninguém censura. Eles estavam no direito deles, e se formos todos a
responder desta forma, agora os jornalistas juntavam-se todos e iam fazer
ataques terroristas a uma sinagoga (não sei o termo adequado portanto fico-me
por sinagoga) muçulmana, e depois novamente o contrário e nascia a guerra mais
ridícula de todos os tempos.
Isto tudo é
conversa da treta que ninguém quer saber e que todos têm e se acham
intelectuais por terem (eu ao menos continuo a achar-me um labrego sem
conhecimento seja do que for). Mas o que me dá que pensar é o grupo que mais
ataca os caricaturistas: cristãos e outros grupos religiosos semelhantes. Os,
alegadamente, maiores defensores da paz e “Jesus disse para quando levares uma
bolachada na tromba dá o outro lado e diz para darem outra para ficar igual”
são os que mais dizem “eu não defendo os terroristas, MAS os caricaturistas
faltaram ao respeito às crenças alheias e, como tal, puseram-se a jeito”.
Quanta hipocrisia existe nesta atitude? Se defendem a paz assim tanto, a teoria
não devia ser “deixem-nos dizer e escrever o que querem que nós não vamos
mata-los a tiro por isso”? Também há quem se queixe que há atentados
terroristas com muita frequência na Síria, no Iraque, no Afeganistão, na
Nigéria, no Paquistão, etc. e ninguém faz protestos por isso. Concordo
plenamente que é algo trágico e devia ser mudado, mas se num desses países
houvesse uma manifestação anti terrorismo com milhares de pessoas, o mais certo
seria esses milhares de pessoas irem todas visitar Alá mais cedo, num ataque
terrorista à manifestação anti terrorismo.
Enquanto que
França (neste caso) nada tem a ver com este tipo de atividade.
Por outro
lado, uma situação que eu acho que merecia um ataque terrorista é a atual turma
de um antigo professor meu onde jovens de 14 anos (aproximadamente) não sabiam
nem quem eram os Romanos (Roma antiga), nem o que eram campos de concentração
(pensado serem campos onde as pessoas se concentravam) nem quem era o Hitler.
Neste caso concordo que um ataque terrorista seja a medida mais eficaz…
Ou pelo
menos uma bomba de gás lacrimogénio (não aos jovens incultos mas sim aos
paizinhos que estão mais preocupados com quem ganha a bola de ouro do que com
quem governa o país. Não que eu me interesse por quem governa o país, mas
também não me interesso por quem ganha a bola de ouro).
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