quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O Segundo Cinto Negro

Quando cheguei a cinto negro em Karate fiz um pequeno texto com alguns agradecimentos. Alcançando a mesma etapa no Kajukenbo não posso deixar de fazer o mesmo. Ao reler os agradecimentos feitos nessa altura, há mais de 5 anos e meio, dá um conforto especial ver como as coisas evoluíram. E dá um conforto especial poder repetir e reforçar palavras ditas há quase 6 anos.

 

Em primeiro lugar quero agradecer aos grandes nomes que foram aparecendo no meu percurso à medida que ia evoluindo e crescendo no mundo do Kajukenbo:

Ao Senior Grand Master Angel Garcia, sem o qual o Kajukenbo não teria tomado o rumo que tomou e não teria o nível que tem hoje, e ao Sigung Renato Bernardino que captou e sustentou esta arte para Portugal, dando-me assim a possibilidade de lhe ter acesso.

                             


Por eventualidades menos (ou mais) felizes ao longo deste percurso tive que assumir uma posição que, inicialmente, não estava planeada. Ou pelo menos não estava planeada para tão cedo na “carreira”. A posição de instrutor. Por força das circunstâncias, se quisesse continuar a praticar, tinha que começar a ensinar. E, embora nem sempre seja fácil, isso trouxe-me também pessoas às quais, de outra forma, provavelmente não chegaria: os meus alunos. Todos os que por mim passaram tiveram um papel importante no meu crescimento, não só como instrutor, mas também como praticante.



Claro que neste grupo tenho que mostrar um especial apreço aos que me acompanham desde o princípio. Esses que têm evoluído de forma notória. Esses que me têm acompanhado não só como instrutor, mas como colega também. Esses que, apesar de saírem tarde e cansados do trabalho, continuam a ir aos treinos. Esses que me têm ajudado a formar e treinar todos os outros que por lá passam. Esses que desde o princípio saem negros dos treinos, mas voltam sempre porque, apesar de tudo, têm gosto pelo que estamos a construir. A vocês, o meu mais sincero obrigado.


Agora vamos à parte mais pessoal que, por coincidência (ou não) são o reforçar de dois agradecimentos feitos no princípio desta jornada:

A primeira pessoa a ser referida no que escrevi em 2018 foi o Sibak Tomás Sanchez. Nesse texto falei de já na altura ter aprendido muito e pretender vir a aprender ainda mais. Falei também de achar que estava entregue a alguém de confiança. Passaram alguns anos, aprendi de facto muito mais e conheci um pouco mais do que é o mundo do Kajukenbo. O que estes anos me mostraram foi que não podia ter pedido instrutor melhor. O Sibak Tomás Sanchez tem sido, não só, o instrutor, como também o parceiro de treino. Entre braços negros a dores e cabeça tem-me passado aquilo que sabe com uma solidez que reforça sempre que nos reencontramos para treinar. É alguém em quem posso confiar para me esclarecer seja o que for sem nunca mostrar arrogância. É alguém que merece indubitavelmente o reforço dos agradecimentos feitos no princípio. É alguém que merece toda a confiança dada quando comecei. É alguém que que encarna o verdadeiro significado da palavra Sibak e, por isso, o meu Muito Obrigado.


Por fim, não posso deixar de voltar a referir alguém que foi referido não só nos agradecimentos de há 5 anos e meio, como também se inclui no grupo dos meus alunos que já aqui referi: Pedro Pereira. O homem que há mais anos me acompanha nesta jornada. O homem que começou como um instrutor para mim e teve a simplicidade e humildade de se tornar meu aluno. O homem que, antes de se tornar praticante de Kajukenbo, já se revestia todo de plastrons para eu poder treinar o meu primeiro exame nele. O homem que me ajudou a alcançar o 2º Dan em Karate, o Cinto Negro em Kajukenbo e que eu quero ver também chegar a este último patamar num futuro próximo. O homem que, depois destes anos todos, continua a ser o maior cromo da lista. E, tal como da primeira vez, por aí podia continuar com “O homem que…” referindo-me a este pilar da minha exploração no mundo das artes marciais. Obrigado por tudo, maluco. 


Uma vez mais teria muito mais gente a quem agradecer, mas estes são os que de forma mais direta me impulsionaram.

P.S.: Aqui fica o link para os agradecimentos em 2018

domingo, 12 de maio de 2019

Putas de vinho verde

Nós vivemos numa sociedade em que não deixamos ninguém ver o que temos entre as pernas (“eNtRe As PeRnAs TeNs Os JoElHoS uheuheuehuehuehueheu” isso é no meio das pernas, burro de merda! Se entre as pernas tens um joelho és só deficiente), exceto uma pessoa muito específica que escolhemos no meio de 7,7 mil milhões e um punhado de gente a quem pagamos precisamente para nos ver o que temos entre as pernas (estou a falar de médicos, não é de putas). Isto tem algum jeito?
“NINGUÉM ME PODE VER A ROLA! Exceto tu aí e mais meia dúzia de gente a quem vou pagar para o fazerem…”
Sabem quem é que tem juízo? As gajas da Queima das Fitas do Porto. Aquilo sim, faz sentido!
“Querem ver rata? Vejam rata, seus punheteiros rebarbados! Agora dá cá o meu shot para eu ter a certeza de que amanhã não me lembro desta merda…” E pronto, agora já Portugal inteiro lhes viu as pachachas e elas seguem as suas vidinhas normalmente… num bordel…
Aposto que nenhuma delas aceitaria fazer sexo em troca de dinheiro! Agora por um shot, talvez se arranje qualquer coisita…
Não sei o que é que é melhor: se os pais delas em casa a dizerem “A minha Marizazinha?! Nunca faria uma coisa destas! Nem sequer bebe!” ou se as caras delas mesmas daqui por uns anos quando estiverem a dar uma aula, ou coisa que o valha, e tiverem os alunos a passar os vídeos delas com as mamas de fora… “Oh professora, vai um shot?!” – Pagava para ver…
“O corpo é delas elas fazem o que querem com ele!” 100% de acordo. Desde que não venham apregoar que os homens é que são porcos e se aproveitaram delas. A parte de que os homens são porcos, já todos sabemos. O que parece que ainda não sabemos é que as mulheres também são. Os homens propuseram e as mulheres aceitaram. Não há aqui abuso. Há apenas um grupo de jovens bêbados com as hormonas aos saltos a fazer as danças de acasalamento mais arrojadas do mundo animal.
“O corpo da mulher foi completamente objetificado e houve uma brutal demonstração de misoginia!” Ora bem, misoginia é ódio e desprezo pela mulher. Aqui o que houve foi tudo menos ódio e desprezo. Até vi bastante amor... pelo menos físico. Se houve objetificação? Talvez, mas elas não me pareceram muito contra.
“Estavam bêbedas!” Também eles… Se é desculpa para as figuras que elas fizeram também é desculpa para as atitudes deles – isto, claro, enquanto houver consentimento de parte a parte, que houve.
Agora é aprender com os erros e seguir em frente: para a próxima peçam às interessadas para publicarem os vídeos nas suas próprias contas e vocês só terão que partilhar. Assim já não vos podem pedir para apagar os vídeos entre outros benefícios…

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Um objetivo atingido, uma etapa concluída


Há aproximadamente oito anos que entrei no mundo das artes marciais através do Karate e há aproximadamente oito anos que sonhava com o dia em que me viria a graduar Cinto Negro (1º Dan). Inesperadamente, esta data foi ainda mais especial para mim do que o que antecipei, dado ter sido separada por apenas uma semana exata da minha primeira graduação em Kajukenbo. O finalizar de uma grande etapa e o começo de uma segunda caminhada igualmente longa tiveram (por obra do acaso, ou não) lugar em dias particularmente próximos.
Desde o princípio que tenho vindo a idealizar a chegada deste dia brindando-o com três particulares agradecimentos. Como puderam constatar, surpresas acontecem e esses três agradecimentos passaram a quatro.

Dado o recente aparecimento deste quarto agradecimento, será o primeiro a tomar lugar aqui. O Sibak Tomás Sanchez. O meu mais recente mestre, mas com o qual já tanto aprendi (a levar porrada, principalmente) – nada comparado com o que pretendo vir a aprender, mas ainda assim…


Ainda estou a dar os primeiros passos nesta arte marcial, mas, pelo pouco que já vi, tenho alguém de confiança que me pode ajudar a ir longe. Por tudo isso e pelo que está por vir, agradeço aqui ao Sibak Tomás Sanchez.




Em segundo lugar quero agradecer à pessoa sem a qual nada disto seria possível. Sem a qual não existiria uma Secção de Karate em Ponte de Sor. Sem a qual o Karate não teria entrado na minha vida e, muito provavelmente, sem a qual eu não teria sido apresentado a uma das minhas grandes paixões: o mundo das artes marciais. Estou a falar do Mestre Carlos Mateus. O homem que, tal como a mim, treinou e ensinou os dois próximos nomes desta “lista”. O homem que, como ele próprio diz, “aos fins de semana podia estar em casa descansadinho a ver a bola” e vai para o pavilhão treinar meia dúzia de caramelos que querem competir ou graduar. Aqui fica o meu agradecimento ao homem sem o qual eu hoje não seria cinto negro – 1º Dan de Karate Wado Ryu.




Em terceiro está o maior cromo da lista. Um mestre, um parceiro, um companheiro, um amigo. Pedro Pereira. O grande gatilho para a minha entrada no Karate. A pessoa que eu via a dar porrada noutras pessoas e que me fez pensar “eu quero conseguir fazer isto”. Foi o Pedro Pereira o principal responsável pela minha preparação para os exames mais altos (entre 5º e 1º kyu, aproximadamente). Foi o Pedro Pereira que, não só no Karate, como na preparação para os pré-requisitos necessários para entrar para o ensino superior, me treinou e ajudou a alcançar objetivos. Foi o Pedro Pereira quem mais me incentivou na procura de novas artes marciais e até mesmo me acompanhou na demanda. É com o Pedro Pereira que ambos pomos capacetes de mota na cabeça, arranjados por ele, e vamos andar à bofetada um com o outro até estarmos ambos todos amassados mas contentes e a rir das nódoas negras do outro. Foi o Pedro Pereira que praticamente se vestiu de plastrons dos pés à cabeça para eu poder treinar o meu exame de Kajukenbo nele, à vontade. É o Pedro Pereira que, tão depressa me está a ensinar o Kihon Kumite nº5, como eu tenho de o relembrar qual é a posição das mãos na Pinan Nidan. E por aí podia continuar com “Foi o Pedro Pereira que…”, dentro e fora das artes marciais.





Pelo que enunciei e pelo que ficou por enunciar, exponho aqui a minha gratidão para com o maluco que mais me acompanha na minha exploração no mundo das artes marciais.

A última pessoa a quem vou agradecer foi quem me ajudou a dar os primeiros passos no mundo do Karate. E era uma das pessoas que mais feliz me deixava quando assistia aos meus exames. Era das pessoas a quem eu mais pressa tinha de dizer “Já sou cinto verde/azul/vermelho/etc.”
É uma pessoa que eu nunca mais vou ver num exame meu. É uma pessoa a quem eu nunca vou poder dizer “Já sou cinto negro! Já sou 1º Dan!”. É o Miguel Dias. Foi com o Miguel que eu fui treinar vários fins de semana e dias de férias às sete ou oito da manhã ao ar livre, no inverno, para poder aprender a fazer a Pinan Nidan e alguns Sanbons. Ele treinava fisicamente enquanto eu ficava a treinar o que ele me ensinava antes de ir dar voltas ao campo de minigolfe ou à zona ribeirinha a correr. Foi o Miguel Dias que me ensinou que “o braço só ataca depois da perna avançar”. Foi o Miguel o primeiro a tirar do seu tempo para me ajudar exclusivamente a mim a melhorar no Karate. O Miguel era uma figura que, não estando muito presente, era particularmente especial e importante, não só para mim, como para (arrisco a dizer) todos os que o conheceram na nossa secção de Karate.


Com estes agradecimentos aos meus 4 mestres quero marcar o término duma grande etapa da minha vida para iniciar outra similarmente fundamental.


Teria muito mais a quem agradecer especificamente, mas, nesta fase, decidi destacar apenas aqueles que me influenciaram de forma direta e visível (através das minhas graduações) no meu desenvolvimento como artista marcial. Muito fica por dizer, mas tenho que guardar qualquer coisa para possíveis futuras conquistas. Como tal fica aqui apenas um agradecimento geral a todos os que fizeram e fazem parte deste meu mundo.












Arigato Gozaimasu. Mahalo Nui Loa.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Liberdade


Liberdade. Liberdade é um tema que dá para dizer tanta merda que nem sei como é que não me lembrei mais cedo de falar sobre isto. É espetacular!
A definição de liberdade é, há muito, motivo de discussão e discórdia entre todos os que se julgam no direito de expressar a sua opinião. Direta e indiretamente.
“A tua liberdade acaba onde começa a do outro” frase tantas vezes dita por filósofos de taberna. Isso é muito bonito, a questão é que esse mesmo limite difere de pessoa para pessoa.

Pessoas iluminadas, com visão privilegiada para o sentido da vida, felizmente para nós meros mortais, são as que mais prazer têm em se fazer notar.
- “Vai trabalhar durante oito horas para pagares uma casa que deixas vazia o dia inteiro!”
- “Vivemos numa sociedade que nos oprime com a obrigação de arranjar um emprego para pagar impostos e quem quiser viver de maneira diferente é posto de parte!”
- “Livres são os que vivem um dia de cada vez sem sofrerem com as preocupações do amanhã!”

Epá, bardamerda! Juntem os trapinhos e vão viver para o mato. O alcance das imposições da sociedade não chega lá. É claro que, de mãos dadas com as imposições, estão também os confortos. Julgo eu na minha ingenuidade que, ver a novela na televisão será, certamente, mais sedutor que ver a novela num eucalipto. Até porque no eucalipto não dá para ver a novela. Na melhor das hipóteses veem o BBC Vida Selvagem ao vivo… mas sem narrador… todos os dias. Assim serão vividos todos os dias um de cada vez. Até porque se caçarem para o mês todo, ao fim de dois dias já a carninha está boa para produzir asticot para irem pescar. Um dia de cada vez para a carne não se estragar!

Nos dias que vivemos, em países ditos desenvolvidos, a liberdade que está mais notoriamente ameaçada é a de expressão. Grupos “revolucionários” modernos que lutam pela “liberdade” e pela “igualdade” defendem políticas como “Não podes dizer isso porque oprimes a liberdade desta minoria”. Ãh…?
Quando a liberdade de uns para ser algo é priorizada em detrimento da liberdade de outros de expressarem a sua opinião em relação a isso, o Salazar e o Hitler dão cada um uma voltinha de alegria nas suas respetivas campas.
E por falar em Salazar, algo que cativa a minha admiração hoje em dia, são as pessoas que dizem coisas como “Fazia cá falta o Salazar”. A sério… a hipocrisia nessa frase não é explícita?
Estão a ver quando se veem obrigados a dialogar com uma formosa moça que tem em sua posse avultados e bem formados seios, brindados com um enaltecedor decote e têm que manter o olhar focado nos olhos da jovem? Esta frase pode ser representada pela bonita moça e, a hipocrisia que referi, pelos protuberantes seios por ela exibidos. Não dá para ignorar.
A lógica é algo que eu admiro bastante e, como tal, farei o melhor uso dela que me for possível para expor o meu ponto de vista: O António sentiu-se ofendido. Ao se sentir ofendido achou que no tempo em que ninguém era ofendido é que era bom. Dado isso pensou e disse “No tempo do Salazar é que era!”. Ao dizer isso, o António, não se apercebeu que só o pôde fazer porque não existe um outro “Salazar” no poder que mande arrancar as unhas de quem enaltecer o Salazar original. E que no tempo que ele tanto almejava viver, não só não era permitido emitir ideias ofensivas, como também não era permitido demonstrar-se ofendido pelas ideias impostas pelo governo. Daí a escassez de ofendidos contemporâneos de Salazar.

O objetivo deste texto não era este. Não era mesmo nada este… Isto é falta de prática.

sábado, 17 de março de 2018

Ainda se fazem Pais como antigamente!


Um pai americano castigou o filho por fazer bullying no autocarro obrigando-o a ir para a escola a correr à chuva durante uma semana. Isto é brutal. No fim do texto podem encontrar o link para a notícia oficial.
Resumindo, o puto foi suspenso do autocarro da escola durante 3 dias porque gostava de arreliar e intimidar os colegas durante as viagens. O pai não gostou da piadinha do menino e deu-lhe um castigo à altura. “Vais a correr para a escola à chuva durante uma semana que é para chegares lá cansado e não fazeres porcaria” isto parafraseando o próprio pai. Parece o tipo de piada que eu faria, mas não. Foi o próprio pai a dizer que fez isto para ele chegar à escola sem energia para fazer asneiras. Este pai é genial. A melhor parte é que há um vídeo do puto a correr à chuva enquanto o pai acompanha atrás no carro enquanto explica o que o motivou a fazer aquilo. Embora não concorde com aquele pai a 100%, ele diz uma coisa espetacular. Parafraseando um pouco: “Educar os nossos filhos é o que é preciso na sociedade. Não é controlo de armas. As armas eu tenho-as no armário e posso controlá-las para sempre, o meu filho tenho que o educar enquanto posso, antes dele crescer (…) quando eu não estou ele tem livre arbítrio, tenho que o educar enquanto estou, para que ele cresça e diga «O meu pai esteve sempre comigo, mesmo nos momentos em que eu não tenha gostado disso, mas esteve» e para que ele seja um ser humano decente”. É possível que o que ele disse seja extremamente diferente do que eu aqui escrevi, mas a ideia é essa. E como não quero enganar ninguém, tal como já disse, o link da notícia e do vídeo ficam no fim do texto.
Claro que, como em tudo, há gente que apoia e gente contra. “Coitadinho do menino! Isso é tortura! Pobre criança não merecia isso!” Pois é, quem tem essa opinião de certeza que nunca teve que encarar um bully nos dias de escola. Não é nada agradável. Ter uma besta maior e mais forte que vocês a dizer-vos “salta desse lugar que eu quero ir aí senão levas um murro na tromba” quando nem na adolescência se entrou não é um cenário leve. Mas aposto em como a pior parte do castigo daquele menino não foi o tempo entre casa e a escola a correr à chuva. Foi chegar à escola e sofrer com a humilhação de ter sido castigado por ser um pequeno poço de merda.
Se não me engano, a determinada altura do vídeo, ele diz que este tipo de castigo é que vai evitar os tiroteios nas escolas. Concordo plenamente com isso, mas não sei se será pelos mesmo motivos que o pai do bully. Esta criança não era um potencial terrorista à espera de apanhar uma arma a jeito e ir distribuir chumbo pela escola. Esta criança era o potencial motivo para algum introvertido frustrado agarrar numa arma a jeito e ir para a escola distribuir chumbo. Após este castigo, segundo a notícia que li, o comportamento do troglodita melhorou.
Com um pequeno gesto e algum exercício físico, este pai evitou o sofrimento de muitas crianças na escola às custas do filho dele. Props para este pai! E, se existissem mais destes pelo mundo, as escolas eram sítios mais agradáveis de se estar diariamente para todos.


Aqui podem verificar a notícia e o vídeo.

quinta-feira, 15 de março de 2018

A Universidade de Coimbra e a Democracia!


Olá, pessoal! Tudo bem? Ninguém quer saber!
Parece que a malta da Universidade de Coimbra decidiu acabar com a garraiada. Foi feito um referendo em que houve votação perante a pergunta “Deve o evento garraiada continuar no programa oficial da Queima das Fitas?”. Passo a informar-vos dos resultados: 70,7% “Não”; 26,7% “Sim”; 49 votos nulos e 96 votos em branco. Deixarei o link do Observador onde podem confirmar isto tudo. Assim podemos concluir que a garraiada terminou. Só que não. Os meninos da Universidade acham que são mais espertos que toda a gente e decidiram continuar com a tradição (“tradição”, a palavra mágica que sempre defende coisas que envolvem touros numa praça a serem objeto de diversão para os humanos). Também deixarei aqui o link e imagens da publicação feita pela página “Coimbra dos Estudantes” para poderem confirmar o que aqui escrevo.
Mas o que mais me fascina no meio disto tudo é a “justificação” que é dada perante a contestação desta decisão. É lindo.
Ora bem, de uma população de aproximadamente 24 000 estudantes, 5638 foram votar. Desses 5638, 70,7% votou contra a continuação da garraiada, 26,7% votou a favor. O que é que os meninos decidiram fazer? Eles afirmam que apenas 16% da população é contra a continuação da tradição e que impor a vontade desses 16% ao resto da população é, e passo a citar: “impor ideias de uma minoria a uma grande maioria.” “Mas afinal quem votou contra foram 70,7% ou 16%?” perguntam vocês, e bem. Pois é, estes 16% são em relação aos aproximadamente 24 000. É giro, não é? Eles agarram em aproximadamente 18 362 pessoas e dizem “Estas pessoas concordam connosco e querem que a garraiada continue!” É uma boa estratégia de democracia, não é? Eu nem consigo transcrever o quão atónito estou perante esta atitude. É que por mais que diga, parece sempre que falta veemência no que disse que devia dizer mais. Só mais uma vez, prometo! Eles usaram as hipotéticas opiniões dos que se abstiveram para sustentarem as suas próprias vontades e posições! Que bestas…!
E eu nem estou contra esta atitude para defender os touros. Na verdade, eu nem sei bem no que é que consta a garraiada porque nunca fui a nenhuma. O que eu quero aqui defender e apoiar em primeiro lugar é a democracia e a forma como deve ser exercida. Gente que está a representar a digníssima Universidade de Coimbra a manchar a democracia com comentários como “Dizes bem, somos uma academia da Liberdade, e é isso que defendemos, uma UC livre e diversa, com espaço para todos, onde cada um é livre de decidir os eventos que frequenta na academia, onde faz parte a garraiada. Liberdade, simplesmente. Nada mais antifascista do que isto.” a falar dum evento que perdeu o seu direito à existência por votação num referendo não me parece o melhor futuro para Portugal. Mas isso sou eu.



Aqui podem encontrar uma das notícias sobre a votação, aqui outra e aqui o post em que eles cagam no referendo e decidem ir com a garraiada para a frente à mesma... Leiam os comentários que aquilo é giro.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Feliz dia da Mulher!


Hoje é o dia mundial da mulher. Tão bonito… Porque as mulheres sofreram preconceito e tiveram de ficar em casa a tomar conta dos filhos sem poderem ir trabalhar, porque são vítimas de violência doméstica, porque demoraram a poder votar, porque não eram tidas em conta como membros da sociedade, porque recebem menos numa empresa do que um homem que faça o mesmo trabalho, porque sem elas a vida seria “a real pain in the ass”, como diz a gíria em inglês. Literalmente.
Mas sabiam que ser obrigado a ir para a guerra estoirar miolos em risco de ter os próprios estoirados também não foi uma fase muito boa da história do homem? E sabiam que a grande maioria dos sem-abrigo são homens? E sabiam, também, que em caso de violação ou violência doméstica uma mulher tem tudo e todos a favor dela – incluindo autoridades e instituições criadas com esse propósito – e os homens não? E sabiam ainda que o número de homens afetados por cancro na próstata é semelhante ao número de mulheres com cancro na mama e que os apoios gerados para o cancro da mama são desproporcionalmente muito mais elevados do que os apoios gerados para o cancro da próstata? E sabiam também que, independentemente da aptidão de cada um dos pais de criar um filho, a mulher tem sempre muito maior probabilidade de conseguir a custodia de um filho do que um homem? E já pararam para pensar que se, por alguma tragédia, houver necessidade de fuga de uma multidão, as mulheres e as crianças vão à frente e se alguém tiver que ficar para trás a morrer são os homens? Pois é. Nisso não pensam vocês. E eu só penso porque vi um documentário realizado por uma ex-feminista que fala destes assuntos todos e mais uns quantos (The Red Pill).
E depois disto tudo, sabiam que há um dia internacional do homem onde se poderia homenagear todas estas coisas e que eu descobri só porque fui pesquisar sobre o tema para ter que falar? Ah pois! Dia 19 de novembro! É que eu não fazia ideia…

Agora um bocadinho mais a sério. Como qualquer pessoa com dois dedos de testa, eu apoio a igualdade de género no que toca à sociedade (eu juro que isto não é sarcasmo). Mas hoje em dia, as feministas extremistas fazem do feminismo uma coisa parva, ditatorial e mal fundamentada. Vão buscar coisas mesquinhas com as quais embirrar e que só ridicularizam tanto a sociedade como o feminismo em si (coisas como “o Cartão de Cidadão deve passar a chamar-se Cartão de Cidadania porque as mulheres não se sentem incluídas” ou, quando falamos para um grupo, não devemos dizer “Bom dia a todos”, mas sim “Bom dia a todos e todas”. Bardamerda…)

Algures na net vi uma citação não sei de quem que dizia algo parecido com “As mulheres querem tanto a igualdade em relação aos homens que se esquecem do que têm de único em relação a eles”. Frase um bocado paneleira, mas que explica bem a grande falha do feminismo extremista nos dias de hoje.

“MACHISTA!” Bardamerda também vocês junto com as feministas extremistas!

P.S.: Eu juro que gosto muito de mulheres. Mesmo das feias…

terça-feira, 6 de março de 2018

Chorar é bom e eu gosto de estar triste


Chorar é bom e eu gosto de estar triste. Por esta altura estarão alguns já a concluir “este é tonto… gosta que lhe aconteçam tragédias.” Obviamente que não é isso, meus gorgulhos de estrume. E se vocês não forem parvos dão-me uma oportunidade.
Claro que este texto não vou ser eu a ser poético ou profundo. Vou ser eu a queixar-me de coisas.
Para quem me conhece sabe que sou extremamente apologista e apreciador de humor negro, o que, por vezes, pode levar os que me rodeiam a pensar que sou insensível no que envolve esses assuntos. No que me toca tive duas grandes perdas na vida: o meu pai e um amigo. E mesmo assim sou capaz de fazer piadas sobre isso, o que não quer dizer que não me tenha custado e ainda custe a perda de duas pessoas importantes na minha vida. E, como tal, pontualmente, ainda tenho “quebras” no que toca ao assunto. Quando uma das pessoas é tema de conversa, quando surge uma fotografia, quando há um momento mais nostálgico e essas mariquices. Onde é que eu quero chegar com isto? Eu explico: Quando um desses momentos ocorre, a reação geral das pessoas é só uma: “Vá, não penses nisso. Não chores”. VÃO À MERDA! EU QUERO PENSAR NO ASSUNTO E CHORAR POR ISSO! Chorar sabe bem. Desanuviar um bocado. Descarregar! Ironicamente motivos semelhantes aos que me levam a fazer piadas sobre o tema.
Este é um dos casos em que meio termo não é bom. Se faço uma piada sobre uma morte sou insensível, tenho falta de bom senso, por aí fora. Se choro por causa da mesma morte “Não chores…”. Afinal em que é que ficamos? É melhor reprimir que aconteceu? Ou só é justificável falarmos no assunto em datas “especiais”? (Aniversário do defunto ou dia do ano em que morreu).
Portanto, aqui fica o conselho para quem o quiser acatar. Se alguma vez me apanharem a chorar por este motivo não me digam para parar de chorar ou pensar noutra coisa. Ou se mantêm calados, ou vão embora, ou choram comigo. Podem dar um abraço e fazer festinhas na cabeça, tipo gato. Mas só se forem gajas… Se forem homens basta uma palmadinha nas costas. Era só estranho ter um homem a fazer-me festas na cabeça…

segunda-feira, 5 de março de 2018

O Ego


O ego. Uma coisinha espetacular que se não existisse a vida era melhor. Se nós não tivéssemos a mania de alimentar o ego, era tudo tão mais bonito. Não havia gente a humilhar outros, não havia gente a atropelar socialmente os outros para terem um aumento de mil euros quando já recebem cinco mil, não havia ciúmes, não havia 90% das brigas que há e o Kim Jong-un não andava a medir pilinhas com o Donald Trump. Era tão bom. E também não tínhamos de andar a apaparicar pessoas sensíveis.

Treinador: Oh Chico, tu não preferes ir para a equipa de bordados? É que tu não tens jeito nenhum para isto! Nem na maldita bola acertas!

Correio da Manhã: TREINADOR DE FUTEBOL HUMILHA PUBLICAMENTE PRATICANTE MENOR PROVOCANDO-LHE TRAUMAS PSICOLÓGICOS QUE O MARCARÃO PARA A VIDA!!!!

Num mundo sem egos a reação do aluno seria simples:
- Obrigado, mister. Vou falar com o responsável pela equipa de bordados para saber se as minhas capacidades físicas são mais orientadas para essa bela arte do que são para o futebol.

E pronto. Ficava por ali e talvez o Chico até desse um excelente bordador!
E nas relações? As complicações seriam tão menos notadas!

- Raquel, hoje provei do almoço da Adelaide e estava mesmo bom!
- Adelaide? Mas era cozinhado por ela?
- Sim, sim. Ela tem mesmo jeito!
- Hm… Então, se calhar, começas a pedir à Adelaide para te fazer o almoço todos os dias… e já agora podes pedir-lhe também para te vir fazer o jantar… e aproveitas e ela que te lave a roupa também, meu porco dum cabrão!

E aqui se gerava uma briga porque a Raquel acha que pode ser a única boa cozinheira na vida do Chico. Sim o Chico dos bordados casou com a Raquel e trabalha com a Adelaide, algum problema? Bem me parecia.
Sem ego era muito melhor e mais produtivo!

- Raquel, hoje provei do almoço da Adelaide e estava mesmo bom!
- Foi? Então hás de lhe pedir a receita que, se quiseres, depois experimentamos a fazer aqui em casa. Não te prometo que fique tão bom como o dela, mas podemos tentar.

E era um descanso! Mas não. Andamos todos a cuidar do nosso ego como se fosse um menino de áfrica esfomeado e depois dá em presidentes de potências mundiais em picardia para verem quem é que tem o botão das armas nucleares maior e com maior acessibilidade para mandarem meio mundo pelo ar. Como é bela, a vida!

domingo, 4 de março de 2018

Publicidade é mau


Publicidade é mau. Publicidade “camuflada” é pior. Televendas é o degredo.
Ver e ouvir um anúncio como “Clonten faz o meu cabelo suave e sedoso com apenas uma passagem. Eu uso e abuso de Clonten!” enquanto uma celebridade internacional qualquer movimenta os lábios em inglês e o som sai na nossa língua nacional, é estúpido, mas ao menos não há rodeios. É aquilo e é para aquilo que ali estão e acabou.
Giro, giro é quando, a meio de uma novela ou algo parecido, se forma um diálogo como:

- Então e já mudaste para a Bufas&gases, como eu te falei?
- Já! Fui lá há bocado de manhã para mudar o contrato! São mesmo simpáticos, tinhas razão!
- E não fazem entrega ao domicílio como te falei?
- Sim! E ainda têm agora esta promoção em que oferecem um fogão de campismo, uma garrafa de gás, uma tenaz, um par de pantufas e um gato morto! É fantástico!
- Eu disse-te que eles são bons.
- Obrigado por mos teres recomendado!

Gente… Por favor… Já bastam os intervalos de 20 minutos, não bombardeiem o pessoal com mais publicidade durante a programação. É que além de estúpido, é irritante. Eu sei que esses tipos de programa são de ficção, mas não exagerem. Ninguém, em lado nenhum, debita todas as promoções e qualidades de um serviço de rajada numa conversa casual.
Ainda nesta categoria está aquele pessoal da publicidade em redes sociais:
“Quando a minha viatura tem algum problema vou sempre ao Autobots&Transformers. Sou sempre muito bem atendido, o carro fica como novo e o atendimento é rápido, simpático e muito eficaz!” – isto como descrição de uma foto em que o dono do perfil da rede social está ao lado do responsável pelo estabelecimento publicitado, abraçados de forma extremamente desconfortável. Nada transmite mais confiança e viabilidade num serviço do que um abraço forçado do seu fornecedor.
Mas, mesmo com tudo isto, não existe nada, nada, nada, NADA! pior do que televendas. A energumenia (palavra por mim tão bem inventada) saliente em todas as pessoas presentes nestes anúncios perante tarefas básicas do dia-a-dia de qualquer pessoa é assombrosa e, até mesmo, dolorosa. Isso e todo um novo nível de lábios em línguas estrangeiras a proferirem palavras em português. Palavras essas que são também elas hilariantes. Desde um senhor a agitar molho de tomate numa frigideira porque o diverte até uma senhora que diz que essa mesma frigideira “tem piada”.
E aquele senhor que todos os meses, ou coisa assim, apresenta um produto novo? Ele é pantufas, ele é malas francesas, ele é joias com a senhora de Fátima, ele é tudo e mais alguma coisa. Aquilo é uma alegria. E toda a classe e homossexualidade com que ele fala de cada produto são deveras dignos de nota.

Para finalizar, vou mencionar a única coisa que se consegue equiparar às televendas: Os anúncios a estimulantes sexuais protagonizados pelo Futre. Juro que não sei qual dos dois me dá mais vontade de lavar os olhos com ácido.